Quarta-feira, 28 de Novembro de 2007

Esperando por....

A Morte Saiu à Rua


A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada à covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
Zeca Afonso
M.M.
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Sexta-feira, 5 de Outubro de 2007

fuck

revolta-me... fuck !!! por que é que não escrevo como o Pedro Mexia.

 

quando leio o que escreve identifico-me, já me tinha ocorrido, até algumas vezes já tinha escrito sobre isso... mas nunca como ele... nunca com aquele encanto da frieza das palavras que raspam a pele encortiçada pela dor.

 

obrigada

 

M.M .

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Segunda-feira, 10 de Setembro de 2007

bichos

há todo o tipo de bichos..

 

os que te encolhem a roupa de verão que está guardada no armário durante o inverno...

 

os que te mordem as pernas e outras zonas do corpo deixando as borbulhas pulsantes a dar contigo em doida

 

os que passam pelo teu corpo.. ninguém os vê, ninguém o sente mas o certo +e que te começa a aparecer uma reacção a essa passagem imaginária ou não

 

os bichos que te causam urticária quando te cruzas com eles na rua

 

os que saem de noite debaixo das pedras...

 

 

mas não fazia a mínima ideia que havia bichos que roubam os piercings do nariz enquanto dormes!!!!

 

 

M.M.

 

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Quarta-feira, 15 de Agosto de 2007

O Estranho Acontece

Porquê?

Porquê?

 

 

Porque respeito os amigos dos meus amigos... e apesar de parecerem boas pessoas não basta para travar as alarvidades que saem daqueles seres...

 

 

Assim faço companhia a um pseudo gotico-motoqueiro-metaleiro-pinga Amor que é amigo da C.

Está mais gente presente mas o moçoilo faz questão de falar comigo e ir tentando cativar-me!

 

Ainda num momento em que o grupo estava mais conversador, e eu não o aturava sozinha, o pobre rapaz teve uma bela tirada de génio... "... os templários desapareceram e vem um tal de Afonso Henriques para o reino e só mais tarde renascem os templários.."

 

Ainda tentámos explicar a questão cronológica... mas a C. fez sinal de ... deixem para lá que desse mato já não sai coelho...

 

O rapazote têm  então a brilhante ideia de mudar de tema de conversa... pois com aquele não estava a ser muito bem sucedido , e lá se vira para a música e depois de longos monólogos de como gosta de música medieval e desses tempos resolve sacar do telemóvel e mostrar-me uma musica do seu grupo favorito , os camelot , e lá estou eu de telemóvel em riste quando exclamo.. mas eu conheço isto... parece Robbie Williams ... mas ...mas está cantado em brasileiro...  (dispensa comentários)

 

depois xuta com a definição de gótico... é aquele que, na era medieval, abandona as armas para lutar com o amor....

 

e eu já retorcendo na cadeira lá consigo que o pessoal que veio comigo de boleia se aperceba e vamos embora...

 

eu exausta!!!!

 

 

M.M.

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Segunda-feira, 30 de Julho de 2007

...

M.M.
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Fragilidade



Talvez pudesse o tempo parar
quando tudo em nós de precipita
quando a vida nos desgarra os sentidos
e não espera, ai quem dera

Houvesse um canto pra se ficar
longe da guerra feroz que nos domina
se o amor fosse um lugar a salvo
sem medos, sem fragilidade

Tão bom pudesse o tempo parar
e voltar-se a preencher o vazio
é tão duro aprender que na vida
nada se repete, nada se promete
e é tudo tão fugaz e tão breve

Tão bom pudesse o tempo parar
e encharcar-me de azul e de longe
acalmar a raiva aflita da vertigem
sentir o teu braço e poder ficar

É tudo tão fugaz e tão breve
como os reflexos da lua no rio
tudo aquilo que se agarra já fugiu
é tudo tão fugaz e tão breve

Mafalda Veiga

 

M.M.

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Domingo, 29 de Julho de 2007

Qual mala de cartão da Linda de Suza....

Qual  mala de cartão da Linda de Suza ....

 

é assim que a minha vida poder-se-á classificar!

 

Uma trágico-comédia, de orçamento reduzido, a roçar o bizarro devido à quantidade de percalços estranhos!

 

 

M.M.

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Quarta-feira, 16 de Maio de 2007

cantiga das viagens sem fim II

(...)

 

eu vi a Amélia

na beira do rio

Tão pequenina

Cheia de frio

 

eu vi a Amélia

no arvoredo

tao pequenina

cheia de medo

 

Anda comigo

amélia vem

que eu estou sozinho

nao tenho ninguem

que eu estou sozinho

nao tenho ninguém

(...)

(penso que seja de Bernardim Ribeiro)

M.M.

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cantiga das viagens sem fim

Maria do Monte
nascisa e criada
na encruzilhada
que fica defronte
da fonte sagrada

A lenda é antiga
mas há quem aponte
que descia o monte
uma rapariga
p'ra beber na fonte

E àquela hora
por ela marcada
de noite ou de dia
o Chico da nora
na encruzilhada
esperava a Maria

Seguiam depois
bem juntos os dois
ao longo da estrada
matar de desejos
a sede com beijos
na fonte sagrada

Mas um certo dia
como era esperada
na encruzilhada
nao veio a Maria
à hora marcada

E os olhos divimos
p'ra sempre fechou
alguém a rezou
tocaram os sinos
e a fonte secou

E àquela hora
por ela marcada
de noite ou de dia
o Chico da nora
na encruzilhada
esperava a Maria

Mas é Santo Deus
escureram-se os Céus
findou-se a beldade
e diz-se no monte
que a velhina fonte
secou de saudade

(infelizmente desconheço a autoria da letra e da música)

M.M.


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Terça-feira, 15 de Maio de 2007

morrer...

Se se pudesse escolher,,, eu queria morrer depressa.

Não o depressa de brevemente, mas o depressa que faz com que seja de curta duração!

 

Dever-se-ia morrer de um momento para o outro! Como se tivéssemos um prazo de validade! Assim, chegando aquele dia e aquela hora já se sabia... expirávamos !

 

Expirávamos tão rápido, como a expulsão do ar dos nossos pulmões!

 

fffffffffffffffffuuuuuuuuuuuuuuuuuu !!!

e já estava!

 

Sem dor, sem drama!

 

Sem o cheiro acre de urina que incensa as enfermarias dos hospitais! Sem o cheiro a quente, a mofo, a gordura humana de quem sua debaixo dos olhares despreocupados de quem lá trabalha...

 

M.M.

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